quarta-feira, 6 de março de 2013

A Língua Portuguesa e o Taquígrafo

Sabemos que a Taquigrafia exige um conhecimento relativamente amplo das regras da língua portuguesa. Muitos exímios estudantes ainda não atingiram êxito em seus concurso em razão de não terem ainda adquirido o domínio das regras gramaticais.

A língua portuguesa é realmente tão difícil assim? Nem tanto. Somos privilegiados por termos como língua mãe (ou "L1", como dizemos ao estudarmos Linguística) um idioma com tamanha variedade de fonemas e contrações, o que nos auxilia a desenvolver nossa capacidade comunicativa. 

Porém, para falantes de outra língua, eventualmente ocorrem dificuldades.

O texto abaixo, retirado da internet, é um exemplo da dificuldade que falantes estrangeiros encontram ao tentarem compreender alguns aspectos de nossa língua. Vale a pena ler...


NOSSA LÍNGUA....

Na recepção de um hotel, em Fortaleza:
-Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o congresso.
- Pelo seu sotaque, vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, não é?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de todas as partes do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade. Mas, se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: a organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc.  Gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Hmmm! que bom. Ai está: seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
 - Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou há quinze minutos. São nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Pensei que fosse as 9:05, pois meia não é cinco? Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza.  Não seria no Seis Bocas?
- Isso mesmo, no bairro Meia Boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas.  Por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?

(Fonte:  http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4001596). 




Um abraço!

Profª Carol Rodrigues

Estudante de Taquigrafia

Licenciada em Letras
Especialista em Gramática e Ensino da LP



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